Procurei em
borras de chá e de café, em búzios e em cartas, nas estrelas e nos mares.
Em Madureira
e Irajá!
Na minha
vizinhança e bem mais pra lá
Fui ao fundo
e subi no mais alto
Trabalhei de
catar e de julgar
Fui bandido
e mocinho
Rastejei e
pisei
Gostei e
rejeitei
Beijei,
transei e parti
Não beijei,
e nem transei e também parti
Mandei que
procurassem em minhas mãos e retinas
Parei, criei
raízes e não encontrei
Parti: ergui minha casa do chão, junto com ela(
tudo que possui), e joguei fora!
Apenas com
meus chinelos e a roupa do corpo sai
Andei...repousei
no escuro de entulhos e bebia se me dessem.
Minha barba
cresceu e meu cabelo também
Meu pés já
calejados pediam repouso e eu não os
dava!
Seguia
errante
Procurando
em nuvens borradas, no balançar de uma arvore ou com a direção que os ventos me
guiassem
Joguei meu
sangue na terra para te ver e não te encontrei
Continuo
andando, errante, perambulante, vagabundante, principiante, apaixonante e
amante!
Procurando-te
em novos rostos, em velhos corpos, em flor, em broto, em virgens, em
prostitutas!
No álcool, na água benta
Fora de mim, pois dentro já te tenho!