sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Adriana


                                                            
Procurei em borras de chá e de café, em búzios e em cartas, nas estrelas e nos mares.
Em Madureira e Irajá!
Na minha vizinhança e bem mais pra lá
Fui ao fundo e subi no mais alto
Trabalhei de catar e de julgar
Fui bandido e mocinho
Rastejei e pisei
Gostei e rejeitei
Beijei, transei e parti
Não beijei, e nem transei e também parti
Mandei que procurassem em minhas mãos e retinas
Parei, criei raízes e não encontrei
 Parti: ergui minha casa do chão, junto com ela( tudo que possui), e joguei fora!
Apenas com meus chinelos e a roupa do corpo sai
Andei...repousei no escuro de entulhos e bebia se me dessem.
Minha barba cresceu e meu cabelo também
Meu pés já calejados  pediam repouso e eu não os dava!
Seguia errante
Procurando em nuvens borradas, no balançar de uma arvore ou com a direção que os ventos me guiassem
Joguei meu sangue na terra para te ver e não te encontrei
Continuo andando, errante, perambulante, vagabundante, principiante, apaixonante e amante!
Procurando-te em novos rostos, em velhos corpos, em flor, em broto, em virgens, em prostitutas!
No álcool, na água benta
Fora de mim, pois dentro já te tenho!